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O veredito: meu mundo desabou!

Poucos conhecem ou escutam falar sobre doenças autoimunes até ser diagnosticado com uma.

Tosse seca. Febre. Perda de peso. Manchas na pele. Coceira. Queda de cabelo. Ferimentos que demoram a cicatrizar. Dedos arroxeados. Azia. Tonturas. Dores… remédios e mais remédios… meu mundo desabou!

células-autoimune    Fonte: uaucance.com.br

Descobrir ser portador de uma doença autoimune é um tanto quanto assustador. A falta de conhecimento acaba provocando medo e dúvidas. Mas nem tudo parece ser o que é. Com dizem: “para tudo há uma solução”.

O site Huffingotn Post fez uma lista com as coisas que deve saber sobre estas doenças que o podem ajudar a lidar com o problema ou a dar auxílio a quem sofre todos os dias com ele.

1)       Uma luta contra nós mesmos: Todos nós temos sistema imunitário – um sistema que protege o nosso organismo das doenças. Numa pessoa saudável, este reconhece de imediato as diferenças entre as células ‘boas’ e os componentes ‘maus’ que invadem o organismo. Nas pessoas que têm doenças autoimunes, este sistema não consegue fazer a distinção, começando a atacar as células ‘boas’, ou seja, a atacar o seu próprio organismo.

2)       Existem mais de 80: Se calhar já ouviu falar na Psoríase ou na Esclerose Múltipla, mas sabia que existem mais de 80 tipos de doenças autoimunes? Aqui fica uma lista com as mais comuns.

3)       Não são assim tão raras: Em 2012, as doenças autoimunes atingiam mais de 100 mil pessoas em Portugal, revela o site da Sapo, que cita a informação fornecida na XVIII Reunião Anual do Núcleo de Estudos de doenças autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

4)       Podem ser genéticas: Alguns estudos sugerem que pessoas que sejam familiares têm uma maior probabilidade de desenvolverem a mesma doença autoimune. No entanto, os investigadores acreditam que os fatores ambientais e a existência de infecções têm um papel muito importante no desenvolvimento destes problemas de saúde.

5)       As alergias não são autoimunes: Há quem confunda os sintomas de uma alergia com os sintomas de uma doença autoimune. Apesar de existirem estudos que evidenciam uma ligação entre as alergias e o desenvolvimento destes problemas, as duas doenças são completamente diferentes. Apesar de existirem tratamentos semelhantes para os dois tipos de problemas, as consequências de ambos não são semelhantes – quem tem alergias não possui um organismo que se ataca a si próprio.

6)       Podem demorar anos a serem diagnosticadas: Como costumam atacar várias partes do corpo e os sintomas ‘vão e vêm’, às vezes é difícil diagnosticar uma doença autoimune e, consequentemente, tratá-la. É normal que o primeiro diagnóstico não esteja certo, já que muitos médicos costumam recorrer ao método de ‘tentativa e erro’ para tentarem chegar à raiz do problema, explica o site Everyday Health.

No site da AARDA (American Autoimmune Related Diseases Association) existe um artigo, chamado «Coping With Autoimmunity» (http://www.aarda.org/coping.php), onde são fornecidas algumas sugestões às pessoas portadoras de doença autoimune, para adaptarem-se a nova realidade com as mudanças que elas provocam.

  • Conheça a sua doença e o tratamento planejado pelo médico: pergunte ao seu médico aquilo que deseja saber sobre a doença, sobretudo os sintomas e mudanças que provavelmente vão ocorrer e aos quais deve estar atento.
  • Siga o tratamento indicado pelo médico: questione o médico sobre o tratamento e sobre eventuais efeitos secundários do mesmo; procure uma segunda ou terceira opinião, se não ficar satisfeito.
  • Informe o seu médico sobre a ocorrência de novos sintomas: não receie aborrecer o médico com as suas queixas sobre novos sintomas, nem tenha medo de vir a necessitar de mais medicamentos. É preferível conversar acerca do que se passa e tentar descobrir a melhor forma de se tratar…do que deixar a doença evoluir sem a controlar.
  • Não se deixe intimidar pelos médicos: o médico é o seu melhor aliado na luta contra a doença, por isso converse francamente com ele, não lhe oculte informações e siga à risca as suas recomendações.
  • O cansaço é um sintoma frequente em muitas doenças autoimunes: ouça o seu corpo e respeite o seu ritmo, prevendo momentos de repouso entre diversas atividades. Não se sinta culpado por descansar, faça-o com frequência e não apenas quando já se sente muito cansado, pois será mais difícil recuperar a energia. Períodos de atividade intensa que obrigam a repouso prolongado podem interferir na evolução normal da doença e exigir a toma de mais medicamentos. Procure manter o bem-estar físico e emocional.
  • Se a sua doença exige uma dieta específica, cumpra-a: ao fazê-lo está a controlar a sua doença e a melhorar o seu bem-estar físico.
  • É natural sentir um grande número de emoções: sobretudo na altura do diagnóstico, os doentes passam por um ciclo emocional, como Kubler-Ross referiu, de «medo, negação, lamentação, depressão e aceitação», como resposta a uma perda significativa ou a grandes mudanças na vida. É natural por vezes sentir-se isolado e com receio do futuro.
  • Tente perceber essas emoções e aquilo que lhes deu origem, pois isso pode ajudar a ultrapassá-las: abra-se com os mais chegados e converse acerca dos seus sentimentos.
  • Fale do que sente: não aponte as falhas dos outros, mas daquilo que sente e do que precisa. Não é sinal de fraqueza pedir ajuda aos seus próximos, se realmente sente que precisa dela.
  • As doenças autoimunes têm altos e baixos, o que é emocionalmente desgastante: é por isso muito importante o modo como lida com essas emoções. Algumas técnicas úteis são as atividades de relaxamento, o tentar levar uma vida normal, aderir a um grupo de ajuda mútua. Procure descobrir aquilo que resulta melhor consigo e não se esqueça que o tentar perceber o seu estado emocional e lidar com ele já são passos na direção certa.
  • Dê a si próprio e à sua família um tempo para se adaptarem: ninguém se adapta a algo tão marcante e com impacto no resto da sua vida de um dia para o outro. Tente encarar a convivência com a doença como um novo desafio que a vida lhe colocou e aceite como normais os sentimentos de impotência, depressão, revolta, autocompaixão, pois isso pode ajudá-lo a descobrir formas de lidar com a doença.
  • Para alguns doentes, aderir a um grupo de ajuda mútua é útil: e o aconselhamento profissional pode ser necessário se sente incapaz de lidar com a situação apesar dos seus esforços.
  • Lembre-se que não foi você que provocou a sua doença e que a vida nem sempre é justa: as coisas más acontecem a praticamente toda a gente ao longo da vida. A grande diferença está em tentar lidar com as mudanças na sua vida ou em passar o tempo todo a lamentar-se sem nada fazer.
  • Lidar com os aspectos emocionais de uma doença crónica é um desafio: é natural que a imprevisibilidade de uma doença grave o afete, no seu bem-estar e no sentir que controla a sua vida, e que tudo isso lhe cause ansiedade, tal como aos seus próximos.

Ao acordar procure se espreguiçar e não tenha pressa para levantar. Temos o nosso tempo, não se cobre. Se alguém o chamar de preguiçoso, respire fundo e diga que você funciona assim, sem mais. Caso insistam silencie, você não deve satisfações a ninguém e o silêncio é uma prece.

Tome um banho quente assim que levantar, o calor e a umidade aliviam a dor e a inflamação, além de esquentar o nosso “motor” e nos deixar mais preparados para enfrentar mais um dia de batalha. Não se permita ficar sem um banho quente pela manhã, não é luxo é necessidade além de qualidade de vida!

Se você tem filhos e marido, peça ajuda a eles também para os afazeres de casa. Se não pedir ninguém vai saber o que fazer. Afinal as pessoas não têm bola de cristal e não são obrigados a entender algo que nunca sequer sentiram. Como por exemplo, abrir garrafas, esmaltes, latas e tantos outras pequenas coisas que para nós é muito difícil.

Atividades físicas são indicadas, porém quando estamos em período de crises é bom respeitar o próprio corpo e aguardar uma melhora para poder se esforçar. Agora, se você sentir que dá conta, pratique atividades leves e de menos impacto, por exemplo: natação, hidroginástica, pilates, yoga, caminhada leve.

Tome água! Se você é daqueles como eu que esquece de tomar água, baixe um aplicativo que se chama: (beber água) esse aplicativo te lembra de hora em hora de beber a quantidade de água que você precisa de acordo com o seu peso. A água nos ajuda a aliviar a sensação de boca seca além de ajudar na retenção de líquidos que são efeitos secundários de alguns medicamentos que tomamos.

Você faz uso de biológicos ou imunossupressores? Procure tomar sempre em um dia que poderá ficar de repouso no dia seguinte, por exemplo em um sábado. Pois bem sabemos que no dia seguinte ficamos só o pó da rabiola, isso acontece porque o medicamento entra nas células no dia seguinte.

Procure não usar roupas muito apertadas, se você é mulher, passe a fazer uso de sutiãs sem alça pois ajuda muito no alívio dos ombros, em crises opte por roupas leves e esqueça calça jeans e blusas apertadas.

Sol quente? Procure sombra e água fresca. Evite tomar muito sol quente pois além de inchar os membros você pode desencadear herpes e outras feridas, afinal nossa imunidade é bem baixa e não estamos preparados para nenhum exagero. Porém nada impede de tomar um pouco de sol pela manhã, pois ajuda a repor vitamina D, eu disse ”um pouco” hein?

E o frio? Se agasalhe, agasalhe principalmente pés e mãos para prevenir síndrome de Raynaud. Tome bebidas quentes, principalmente chás pois ajudam a melhorar a dor e acalentar o coraçãozinho.

Se alimente bem! Coma feijão! Você precisa de mais energia do que as demais pessoas, então procure se alimentar sempre com alimentos que contenham ferro e proteínas. E nada de passar o dia sem comer viu!? Ah não ser que você queira ter um treco. Use e abuse de alimentos que contenham vitamina C ajudará muito na imunidade. Leite de cabra também é muito bem-vindo pois trata as dores, inflamações e aumenta a imunidade.

Convívio social é importante, mas se você estiver fadigado e em crise, nada de agradar os outros e se destruir, viu? Se respeitar é muito importante pois quando você se respeita você não precisa que os outros te entendam, isso porque você já se dá aquilo que cobraria dos outros se não tivesse consigo.

Durma! Durma muito! Se agasalhe para dormir principalmente os pés e pernas pois ajuda na dor, nada de dormir com roupas apertadas, use cobertores pesados isso melhora o sono, estimula a produção de serotonina, o que eleva o seu humor. Quando a serotonina se transforma em melatonina, seu corpo é estimulado a descansar.

Dica extra de fitoterapia, quando tiver herpes, não dispensem os medicamentos, mas para acelerar o processo de cicatrização coma um dente de alho no primeiro e segundo dia de ferida e tome vitamina C efervescente. Essa atitude aumenta a imunidade e faz com que a cicatrização seja muito mais rápida. Passe pouca pomada na ferida pois quanto mais úmido mais se espalham as feridas. Você pode também aliviar a queimação da ferida aplicando um pouquinho de amido de milho.

Que tipos de doenças autoimunes existem?

  • Síndrome de Sjögren
  • Lúpus
  • Vitiligo
  • Diabetes do tipo 1
  • Esclerose múltipla
  • Doença de Graves
  • Hepatite autoimune
  • Doença de Chron
  • Psoríase
  • Tireoide de Hashimoto
  • Doença celíaca
  • Artrite reativa
  • Anemia perniciosa
  • Esclerose Sistêmica

Essas doenças são algumas das muitas doenças autoimunes que existem, sendo muitas delas consideradas raras e sem cura, assim como a Esclerodermia. Mas não se desespere, há tratamento para cada uma delas.

O momento do diagnóstico pode ser desesperador, afinal não sabemos o que significa ter uma doença autoimune até termos que conviver com ela. De início esse sentimento é muito comum.

O que ela irá afetar na minha vida pessoal e social? O que posso ou não fazer e/ou comer? Vou poder viver com qualidade? Enfim, dúvidas são normais.

Mas aí você deve estar se perguntando o que deve fazer ou quem procurar se sente alguns dos sintomas citados no início desse artigo e não tem o diagnóstico ainda.

Bem, os sintomas são variar de pessoa para pessoa, tanto na sua forma como na sua progressão. Se você tem manchas na pele é bem provável que procure um Dermatologista, e isso pode ser o início de uma nova forma de ver e viver a sua vida. Se sente dores, queimação e outros sintomas a procura será por outros profissionais.

O que espero é que o profissional que você procurar esteja ciente de que você pode vir a sofrer de uma doença autoimune e lhe encaminhar para o Reumatologista, que será o profissional que irá acompanhá-lo durante sua vida, além de outros. Como disse, os sintomas vão variar de pessoa para pessoa, assim como os acompanhamentos médicos e o tratamento adequado.

Saiba que você não está sozinho(a) nessa luta. A ordem agora é: viver o melhor possível e da melhor forma. Não abaixe a cabeça e não desista de você. Ter um diagnóstico como a Esclerodermia ou seja qual for a doença não é definição de “sua vida acabou”, a sua vida só está começando. Enfrente os medos e dúvidas e siga em frente.

 

E lembre-se sempre: Ame sua vida, ela é importante. Ame-se!

 

Fontes:

http://www.uaucance.com.br/doencas-autoimunes/

https://imisal.wordpress.com/2009/07/24/aprender-a-lidar-com-uma-doenca-autoimune/

https://imisal.wordpress.com/2009/07/24/aprender-a-lidar-com-uma-doenca-autoimune/

https://sol.sapo.pt/artigo/123480/6-coisas-que-deve-saber-sobre-as-doencas-auto-imunes

https://esclerodermiaeuconvivo.wordpress.com/2016/02/04/socorro-tenho-uma-doenca-autoimune-e-agora/ 

COMPLICAÇÕES…

Osteonecrose (ON)

(Necrose avascular; necrose asséptica; necrose isquêmica do osso)

Por Marvin E. Steinberg, MD, Perelman School of Medicine at the University of Pennsylvania

OSTEO
A osteonecrose é a morte de um segmento de osso causada pela perda de suprimento de sangue.
  • Essa doença pode ser causada por uma lesão ou pode ocorrer espontaneamente.
  • Os sintomas típicos incluem dor, limitação do movimento da articulação afetada e, quando a perna é afetada, claudicação. 
  • O diagnóstico é baseado nos sintomas, no risco de a pessoa desenvolver osteonecrose e nos resultados de radiografias e imagens por ressonância magnética.
  • Parar de fumar, parar o consumo excessivo de álcool e minimizar o uso ou reduzir a dose de corticosteroides reduz o risco de desenvolver a doença.
  • Vários procedimentos cirúrgicos podem ser feitos se medidas não cirúrgicas (como repouso, fisioterapia e analgésicos) não aliviarem os sintomas.

Todos os anos nos Estados Unidos, cerca de 20.000 pessoas desenvolvem osteonecrose. O quadril é o mais afetado, seguido pelos joelhos e ombros. Os pulsos e tornozelos são afetados com menos frequência. A osteonecrose geralmente não afeta os ombros ou outros locais comumente menos afetados, a menos que o quadril também seja afetado. No entanto, a osteonecrose da mandíbula (ONM) é um distúrbio envolvendo apenas o osso da mandíbula.

Causas da osteonecrose

A osteonecrose não é uma doença específica, mas um quadro clínico no qual a morte do osso está confinada a uma ou mais áreas específicas (localizadas). Há duas categorias gerais de osteonecrose:

  • Traumática (após uma lesão)
  • Não traumática

osteonecrose traumática é a mais comum. A causa mais frequente de osteonecrose traumática é uma fratura deslocada (separada), afetando na maioria das vezes o quadril, que ocorre em pessoas idosas. Uma fratura deslocada pode danificar os vasos sanguíneos que abastecem a extremidade superior do osso da coxa (a cabeça femoral, parte da articulação do quadril), resultando na morte dessa parte do osso. Essa morte do osso ocorre com menos frequência em outras áreas do corpo.

osteonecrose não traumática ocorre sem trauma direto ou lesões. Esse tipo pode ser causado por uma doença ou quadro clínico que resulta na obstrução de pequenos vasos sanguíneos que abastecem determinadas áreas do osso. As áreas mais comumente afetadas são a cabeça femoral (parte da articulação do quadril), o joelho e a cabeça do úmero no ombro. Essa doença é mais comum entre homens e pessoas entre 30 e 50 anos e geralmente afeta ambos os quadris ou ambos os ombros. As causas mais comuns são

  • Corticosteroides (quando dados em doses elevadas e por longos períodos de tempo)
  • Consumo de álcool excessivo, crônico (mais de 3 doses por dia por muitos anos)

Várias outras causas já foram identificadas, mas essas são menos frequentes. Outras causas incluem certos distúrbios de coagulação do sangue, anemia falciforme, doença hepática, tumores, doença de Gaucher, radioterapia e doença de descompressão (que ocorre em mergulhadores que emergem muito rapidamente). Alguns distúrbios tratados com doses elevadas de corticosteroides (tais como lúpus) também podem estar associados com a osteonecrose. Nesses casos, pode não ficar claro se a causa é o distúrbio ou se são os corticosteroides.

Em cerca de 20% das pessoas com osteonecrose, a causa é desconhecida.

Se um osso tem osteonecrose não traumática, o mesmo osso no lado oposto do corpo algumas vezes também a apresenta, mesmo na ausência de sintomas. Por exemplo, se um lado do quadril é afetado, cerca de 60% das vezes o outro lado também acaba sendo afetado.

osteonecrose espontânea do joelho (ONEJ) pode ocorrer em mulheres mais velhas (ocasionalmente em homens) que não apresentam fatores de risco específicos para o distúrbio. A ONEJ difere de outras formas de osteonecrose. Acredita-se que a ONEJ seja causada por uma fratura por insuficiência. Uma fratura por insuficiência é causada pelo desgaste normal de um osso afetado pela osteoporose. A ONEJ ocorre sem trauma direto ou lesões.


ALGUNS FATORES DE RISCO PARA A OSTEONECROSE

Traumática

  • Fraturas e deslocamentos

Não traumática


Sintomas da osteonecrose

Com o avanço da osteonecrose, pequenas fraturas são cada vez mais comuns, principalmente nos ossos que suportam o peso, como o quadril. Como resultado, o osso geralmente quebra semanas ou meses após o suprimento de sangue ser cortado. Na maioria das vezes, a dor aumenta gradualmente quando o osso começa a entrar em colapso. Às vezes, no entanto, o início da dor pode ser súbito e pode estar relacionado ao aumento da pressão que se desenvolve em torno da área afetada do osso. Independentemente de quão súbita, a dor aumenta ao mover o osso afetado e, geralmente, melhora com o repouso. A pessoa evita mover a articulação para minimizar a dor.

Se o osso afetado estiver na perna, ficar em pé ou andar piora a dor e a pessoa começa a mancar.

Na osteonecrose de quadril, a dor geralmente situa-se na virilha e pode estender-se ao longo da coxa ou das nádegas.

ONEJ causa dor súbita ao longo da parte interna do joelho. Pode haver sensibilidade nessa área e a articulação muitas vezes fica inchada pelo excesso de líquido. Dobrar o joelho pode ser doloroso e algumas pessoas podem mancar.

osteonecrose do ombro muitas vezes provoca menos sintomas do que a osteonecrose que ocorre no quadril e no joelho.

Osteoartrite se desenvolve com o tempo após uma grande parte do osso ter sofrido colapso.

Diagnóstico da osteonecrose

  • Radiografias
  • Imagem por ressonância magnética

Visto que a osteonecrose geralmente é indolor no início, ela pode não ser diagnosticada em seus estágios iniciais. Os médicos suspeitam de osteonecrose quando as pessoas não melhoram satisfatoriamente após sofrerem certas fraturas. Eles também suspeitam da doença em pessoas que desenvolvem dor inesperada no quadril, joelho ou ombro, principalmente se essas pessoas têm fatores de risco para osteonecrose.

Radiografias da área afetada geralmente mostram a osteonecrose, a menos que a doença esteja em seus estágios iniciais. Se as radiografias estiverem normais, no entanto, geralmente é feita uma imagem por ressonância magnética (RM), por ser o melhor teste para a detecção precoce de osteonecrose, antes que as alterações apareçam nas radiografias comuns. As radiografias e a IRM também mostram se o osso entrou em colapso, o quanto a doença está avançada e se a articulação foi afetada pela osteoartrite. Se os médicos detectarem osteonecrose não traumática em um quadril, eles também examinam o outro quadril através de radiografia ou IRM.

Exames de sangue podem ser feitos para detectar uma doença subjacente (tais como um distúrbio de coagulação do sangue).

Prevenção da osteonecrose

Para minimizar o risco de osteonecrose causada por corticosteroides, os médicos usam esses medicamentos somente quando essenciais e os prescrevem na dose mínima necessária e pelo menor período de tempo possível.

Para evitar a osteonecrose causada pela doença de descompressão, as pessoas devem seguir as regras estabelecidas para descompressão durante mergulhos e quando desempenharem atividades em ambientes pressurizados (veja prevenção da doença de descompressão e Precauções de segurança no mergulho e prevenção de lesões por mergulho).

Deve ser evitado o uso excessivo de álcool, bem como fumar.

Vários medicamentos (como aqueles que evitam a formação de coágulos de sangue, que dilatam os vasos sanguíneos ou que diminuem os níveis de lipídios) estão sendo avaliados para a prevenção de osteonecrose em pessoas com alto risco.

Tratamento da osteonecrose

  • Medidas para aliviar os sintomas
  • Procedimentos cirúrgicos
  • Substituição de quadril

Algumas áreas afetadas pela osteonecrose precisam apenas de medidas não cirúrgicas para aliviar os sintomas. Outras áreas devem ser tratadas por um procedimento cirúrgico.

Medidas não cirúrgicas

Várias medidas não cirúrgicas estão disponíveis para tratar os sintomas causados ​​pela osteonecrose. O uso de medicamentos anti-inflamatórios ou outros analgésicos, redução das atividades e do esforço (como levantar objetos pesados nos casos de osteonecrose do quadril ou joelho) e a prática de fisioterapia são métodos de aliviar os sintomas, mas eles não curam a doença nem alteram seu curso. Essas medidas, no entanto, podem ser adequadas para o tratamento do ombro, do joelho, da ONEJ e de pequenas áreas de osteonecrose do quadril, que podem, espontaneamente, ser curadas sem tratamento. Osteonecrose se cura sem tratamento em cerca de 80% das pessoas, se o distúrbio for diagnosticado precocemente e a área afetada for pequena.

SPONK é geralmente tratado sem cirurgia e, normalmente, a dor se resolve.

Procedimentos cirúrgicos

Há um certo número de procedimentos cirúrgicos que reduzem ou interrompem a progressão da doença. Esses procedimentos são feitos para preservar as articulações e são mais eficazes para o tratamento precoce de osteonecrose, especialmente no quadril, que ainda não avançou para o colapso do osso. Se o colapso do osso ocorreu, um tipo de procedimento de substituição articular pode ser realizado para diminuir a dor e melhorar a função.

descompressão do núcleo, o mais simples e mais comum desses procedimentos, envolve a retirada de uma ou mais lascas de osso da área envolvida ou a inserção de muitos pequenos trilhos ou orifícios (perfurações) na área na tentativa de reduzir a pressão interna do osso. A descompressão do núcleo muitas vezes alivia a dor e estimula a cicatrização. Em cerca de 65% das pessoas, o procedimento pode prorrogar ou evitar a necessidade de substituição total de quadril. Em pessoas mais jovens, a descompressão do núcleo também pode ser usada, mesmo se a ocorrência anterior de um pequeno colapso já tiver sido registrada. O procedimento é relativamente simples, tem um baixo índice de complicações e requer o uso de muletas durante cerca de seis semanas. A maioria das pessoas apresenta, em geral, resultados satisfatórios ou bons. Contudo, os resultados de qualquer pessoa em particular podem ser difíceis de prever. Cerca de 20 a 35% das pessoas requerem uma artroplastia total do quadril.

enxerto ósseo (transplante de osso de um local para outro) é outro procedimento. Para a osteonecrose do quadril, isso pode envolver a remoção da área de osso morto e sua substituição por osso mais normal de outras partes do corpo. Esse enxerto suporta a área enfraquecida do osso e estimula o organismo a formar novo osso vivo na área afetada.

Uma osteotomia é outro procedimento destinado a salvar a articulação afetada. Esse procedimento é realizado em especial na região do quadril e pode ser adequado para pessoas mais jovens já sujeitas a certo grau de colapso, o que significa que não são boas candidatas à descompressão do núcleo ou outros procedimentos. Normalmente, a osteonecrose ocorre na área de suporte de peso da cabeça femoral. Uma osteotomia muda a posição do osso para que o peso do corpo seja suportado por uma área normal da cabeça femoral e não pela área em colapso.

Porém, o enxerto ósseo e a osteotomia são procedimentos difíceis e não são feitos nos Estados Unidos com frequência. Eles implicam que a pessoa passe até seis meses usando muletas. Esses procedimentos são feitos apenas em centros selecionados que têm experiência cirúrgica e instalações para alcançar os melhores resultados.

Uma substituição total da articulação ou outro tipo de procedimento de substituição articular (artroplastia) é o único procedimento eficiente para aliviar a dor e restaurar o movimento, se a osteonecrose tiver causado significativo colapso das articulações e osteoartrite. Cerca de 95% das pessoas se beneficiam da artroplastia total do quadril ou do joelho ( Substituição de quadril). Com técnicas e dispositivos modernos, a maioria das atividades diárias pode ser retomada em três meses e a maioria das articulações deve durar mais de 15 a 20 anos.

Em pessoas mais jovens com osteonecrose, uma articulação de substituição pode precisar ser considerada ou realizada em algum momento posterior. Por isso, alguns cirurgiões preferem um processo mais limitado, chamado de artroplastia de substituição de superfície, para o tratamento de osteonecrose do quadril em pessoas mais jovens. Esse procedimento envolve a colocação de uma capa metálica em cima da cabeça femoral em vez da substituição total da articulação, como ocorre em uma substituição total de quadril padrão. Se a articulação do quadril também estiver envolvida, uma segunda capa de metal deve ser colocada. No entanto, esses procedimentos são feitos com menor frequência atualmente do que há alguns anos, visto que a taxa de complicações locais (problemas que se desenvolvem na articulação ou perto dela) e as falhas da prótese (isto é, as articulações substituídas podem deixar de funcionar) têm aumentado e os médicos se preocupam com possíveis efeitos colaterais a longo prazo causados por partículas de metal que são liberadas da capa metálica na corrente sanguínea ou nos tecidos adjacentes.

Ocasionalmente, pode ser necessária a substituição parcial ou total de um ombro extremamente dolorido devido a uma osteonecrose avançada que não melhorou por meio de tratamento não cirúrgico.

Mais informações

Última revisão/alteração completa julho 2017 por Marvin E. Steinberg, MD
Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/osteonecrose/osteonecrose-on 

 

Famosos Portadores de Doença Autoimune

Selena Gomez – Uma das principais vozes da nova geração da música pop, conhecida também por suas personagens no canal Disney Channel, entre eles Os Feiticeiros de Waverly Place, Selena Gomez trava uma luta contra o lúpus, uma doença autoimune, sem cura, que afeta o sistema imunológico atacando o próprio organismo.

Recentemente, a cantora cancelou sua turnê Revival Tour para passar um tempo internada em uma clínica de reabilitação. A ex de Justin Bieber sofre com depressão, em decorrência da doença. Em novembro, ao receber o prêmio de melhor artista feminina, concedido pelo Europa Music Awards, Gomez fez um discurso empoderado e inspirador que emocionou o público presente, entre eles Lady Gaga.

Lady Gaga – Assim como Selena Gomez, Lady Gaga também é portadora do lúpus. Além da doença autoimune, o ícone da música pop trava uma batalha diária contra o transtorno do estresse pós-traumático, trauma adquirido em decorrência do abuso sexual sofrido aos 19 anos.

Gaga falou sobre esse assunto recentemente em entrevista a um programa de TV dos Estados Unidos. Atualmente, a cantora segue divulgando seu novo álbum Joanne, uma homenagem a uma de suas tias, irmã de seu pai, Joe Germanotta, que morreu aos 19 anos, em decorrência do lúpus.

Fonte: https://observatoriodatelevisao.bol.uol.com.br/destaque/2016/12/confira-quatro-famosos-que-sao-portadores-de-doencas-incuraveis

 

Universitária, Juliane Wiggers superou doença autoimune para conquistar ouro mundial e a faixa preta

Por Yago Rédua

Fonte: https://tatame.com.br/2018/06/30/universitaria-juliane-wiggers-superou-doenca-autoimune-para-conquistar-ouro-no-mundial-e-a-faixa-preta/

Campeã mundial na faixa-marrom, no começo do mês de junho, na Califórnia (EUA), Juliane Wiggers foi promovida à faixa-preta, ainda no pódio, pelo treinador Mário Reis. Além do ouro e da promoção, a lutadora teve que superar a doença artrite psoriática, que causa inflamação nas articulações e a atrapalhou durante o camp. À TATAME, a atleta comentou o sentimento de felicidade e superação após o Mundial.

“Vejo como uma recompensa. Não foi um caminho fácil até o título e a faixa (preta), mas eu nem gostaria que fosse, eu gosto de me superar e é isso que me move. Eu trabalhei duro pra tudo isso, passei por lesões, estou aprendendo a lidar com uma questão de saúde que eu fui acometida. No ano passado, descobri uma doença autoimune inflamatória, artrite psoriática, que acaba me afetando nos treinamentos, mas encaro isso da melhor forma, adaptei meus treinos desde então e luto contra isso todos os dias. Tô muito satisfeita com o título na faixa-marrom, assim como nas outras faixas, o que me levou para tão cobiçada faixa-preta. Fiquei muito feliz e sei que isso não me torna melhor que ninguém, somente me faz querer ser alguém melhor”, disse a campeã mundial.

Além disso, faixa-preta comentou sobre os primeiros desafios na nova graduação, o trabalho com Mário Reis na Alliance e como faz para conciliar a faculdade de Nutrição com os treinos para os campeonatos. A lutadora passou para a Faculdade Federal do Rio Grande do Sul e projetou que vai tentar se esforçar ao máximo para seguir nas competições.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com Juliane Wiggers:

– Primeiros objetivos como faixa-preta

Eu estou muito feliz com tudo que está acontecendo e animada pra poder estrear na faixa-preta e me manter no mesmo ritmo. Mas, estou tranquila pra encarar os desafios que eu tiver que passar. No momento, preciso dar atenção aos meus estudos e a minha saúde, que é o mais importante agora. Mas, logo já quero estar lutando, pretendo lutar no próximo semestre, se não puder, pretendo com certeza estar no Brasileiro.

– Trabalho e apoio de Mário Reis

O Mário (Reis) trabalha de uma forma diferente com os seus alunos, ele conversa muito com o grupo e, realmente, faz o papel de coaching. Faz pouco tempo que ele parou de lutar e vem se dedicando bastante a isso, o que contribui muito pra nós. Ele fala o que precisamos ouvir e, particularmente, ele me motivou bastante pra continuar treinando e ir lutar os campeonatos nos momentos em que eu estava passando por alguns problemas como a lesão, por exemplo.

 

LUZ NO FIM DO TÚNEL???

Cientistas descobrem possível origem de doenças autoimunes – e como tratá-las

Qua, 04 de Abril de 2018 16:00 Equipe eCycle

Pesquisadores de Yale associam doença autoimune com bactérias intestinais

As doenças autoimunes, como lúpusartrite reumatoide e a doença celíaca, são de difícil diagnóstico e só mais recentemente os médicos e as pesquisas começaram a se aprofundar na questão. Existem mais de cem tipos de doença autoimune e muitos pacientes, como é o caso da atriz e cantora Selena Gomez(que tem lúpus), demoram anos para descobrir a causa de seus sintomas e como conviver com eles. As dificuldades são muitas, mas um grupo de cientistas parece ter encontrado a origem dessas doenças, assim como um jeito eficiente de tratá-las.

Pesquisadores da Universidade de Yale relacionaram as reações autoimunes com uma bactéria intestinal chamada Enterococcus gallinarum. A resposta autoimune, diz o artigo publicado na revista científica Science, é acionada quando a bactéria migra espontaneamente do intestino para outros órgãos do corpo, como baço, fígado e gânglios linfáticos.

As doenças autoimunes são condições em que ocorrem inflamações crônicas, causadas pelo próprio sistema imunológico da pessoa, que erroneamente pensa que o corpo está sob ameaça e então reage, atacando tecidos saudáveis. Existem mais de cem tipos de doença autoimune – os exemplos mais comuns são lúpusartrite reumatoidedoença celíaca, síndrome de Sjögren, polimialgia reumática e esclerose múltipla.

O estudo incluiu esse grupo de doenças na longa lista de condições relacionadas à saúde das bactérias intestinais. Durante a pesquisa, os cientistas usaram ratos geneticamente alterados para serem susceptíveis a doenças autoimunes. Eles analisaram as bactérias intestinais para descobrir quais causavam inflamações ou estavam envolvidas na produção de anticorpos conhecidos por promover respostas autoimunes. A culpada era a Enterococcus gallinarum.

Os resultados foram confirmados através da comparação de culturas de células do fígado de pessoas saudáveis versus células de pessoas com alguma doença autoimune. Eles encontraram traços da Enterococcus gallinarum no segundo grupo.

Além de identificarem a fonte, os pesquisadores desenvolveram um método eficaz de reduzir os sintomas autoimunes. Usando antibióticos ou uma vacina, eles conseguiram reduzir os sintomas por meio da inibição do crescimento da Enterococcus gallinarum. A esperança é que essa pesquisa consiga se desenvolver para tratamentos de sucesso para algumas doenças autoimunes, incluindo a hepatite autoimune e o lúpus.

“A vacina contra a E. gallinarum tem uma abordagem específica e nós investigamos vacinas contra outras bactérias que não tiveram nenhum efeito sobre a mortalidade ou autoimunidade“, alerta Martin Kriegel, principal autor do estudo. “Essa vacina foi projetada para atacar apenas essa bactériaespecífica, sem afetar outras que vivem no intestino.” Ele acredita que antibióticos ou outras abordagens como a vacinação são jeitos promissores de melhorar a vida de pacientes com doenças autoimunes.

Fonte: https://www.ecycle.com.br/component/content/article/67/6382-possivel-causa-de-doenca-auto-imune-tratamento-lupus.html Continue reading “LUZ NO FIM DO TÚNEL???”

Síndrome do olho seco pode ser reação autoimune

A síndrome que inflama os órgãos da visão pode ser uma reação autoimune, desencadeada pelo acúmulo de células de defesa em glândulas das pálpebras. Descoberta feita por americanos abre caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos.
Por Vilhena Soares, postado em 14/08/2018 06:00 – Correio Braziliense: Ciência e Saúde
20180813212742444070e(foto: CB/D.A Press)

A síndrome do olho seco é um dos problemas oculares mais frequentes na população, principalmente em locais com baixa umidade, como Brasília. Pesquisadores dos Estados Unidos decidiram investigar a complicação e concluíram que ela pode ser consequência de uma disfunção no sistema de defesa do corpo. Experimentos com ratos e análises em humanos mostraram que células protetoras se acumulam em glândulas dos olhos, levando à doença. A descoberta foi detalhada na revista Science Translational Medicine.

Já se sabia que a síndrome que deixa uma sensação de areia nos olhos está ligada a bloqueios nas glândulas chamadas meibomianas. Elas secretam óleos na abertura das pálpebras, cada vez que o olho pisca, para reter a umidade e mantê-lo saudável. “A disfunção dessa glândula causa irritação e é o maior fator de risco para doença do olho seco. Entretanto, como os pacientes desenvolvem essa condição era pouco compreendido”, conta ao Correio Daniel Saban, um dos autores do estudo e professor Associado de Oftalmologia da Universidade Duke.

Em experimento com ratos, os cientistas descobriram que camundongos com alergias oculares graves desenvolveram obstruções nas glândulas meibomianas devido ao acúmulo de células-T chamadas neutrófilos polimorfonucleares (PMNs). A análise de pacientes com DGM mostrou que eles também continham quantidades elevadas de PMNs, quando comparados a indivíduos sem a doença.

Saban explica que os neutrófilos não são os responsáveis diretos pelo “entupimento”. “Eles são recrutados ao redor da glândula, mudando as células glandulares, o que acaba causando o mau funcionamento. No microscópio, conseguimos ver que as células glandulares, em vez de serem gordas e redondas, foram alteradas. Elas parecem mais uma passa enrugada do que uma uva saudável”, compara.

Terapias e teste

Existem diferentes causas para a síndrome do olho seco e nem todas estão relacionadas à inflamação causada por alergias ou condições autoimunes. De uma forma geral, porém, o tratamento é feito por lubrificação externa. Segundo Saban, a descoberta feita por ele e a equipe é um caminho a ser explorado no desenvolvimento de novos medicamentos. “O mercado é robusto para novas drogas capazes de modular o sistema imunológico. Com a nova compreensão de como as células imunes estão envolvidas nessa condição, as descobertas poderão ser traduzidas em uma droga que já está no mercado e será reaproveitada para aliviar a síndrome do olho seco”, cogita.

Há a possibilidade de outras aplicações. O sistema imunológico poderia ser direcionado terapeuticamente para ajudar a tratar a disfunção da glândula meibomiana, segundo Saban. “Acreditamos que examinar o número de neutrófilos nas lágrimas dos pacientes pode ser útil para determinar se eles têm essa condição e a gravidade dela. A medição dos neutrófilos lacrimais também pode ser usada para determinar se os medicamentos para tratar essa condição estão funcionando”, complementa.

Para Tarciso Schirmbeck, oftalmologista do Visão Institutos Oftalmológicos, em Brasília, a pesquisa americana atesta uma suspeita comum nas clínicas. “Ainda não havia uma comprovação tão bem documentada, mas imaginávamos que era algum tipo de inflamação”, diz. O médico também acredita que o trabalho poderá ajudar no desenvolvimento de testes que identifiquem o problema. “Um exame para quantificar os neutrófilos da lágrima e ajudar a definir se o paciente apresenta o olho seco por causa da resposta autoimune renderia um tratamento mais específico, talvez algum tipo de bloqueador”, acredita.

O especialista ressalta que intervenções do tipo são bem-vindas, principalmente em regiões em que as pessoas sofrem com o clima seco. “Aqui, temos a questão da umidade baixa do ar, que prejudica bastante, ainda mais se você adicionar o tempo no ar condicionado, o uso de telas de computador e a ocorrência de reações alérgicas”, diz. Saban conta que ele e a equipe trabalharão nesse sentido. “Nossos próximos passos serão voltados para entender melhor a natureza dos neutrófilos que causam a disfunção da glândula meibomiana e determinar maneiras específicas de direcioná-los para as terapias.”

“No microscópio, conseguimos ver que as células glandulares,
em vez de serem gordas e redondas, foram alteradas. Elas parecem
mais uma passa enrugada do que uma uva saudável”
Daniel Saban,
professor Associado de Oftalmologia da Universidade Duke e um dos autores do estudo

 

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2018/08/14/interna_ciencia_saude,700222/sindrome-do-olho-seco-pode-ser-reacao-autoimune.shtml

Doenças autoimunes

Uma doença autoimune é um mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos.

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  • Ainda não se sabe o que desencadeia as doenças autoimunes.
  • Os sintomas variam de acordo com a doença e a parte do corpo afetada.
  • São realizadas diversas análises sanguíneas para detectar uma doença autoimune.
  • O tratamento depende do tipo de doença autoimune e frequentemente inclui fármacos que suprimem a atividade do sistema imunológico.

O QUE É O SISTEMA IMUNOLÓGICO

Para entender o que é uma reação autoimune é preciso antes conhecer um pouco do nosso sistema imunológico. Tentarei ser breve e sucinto nesta explicação, até porque este assunto é extremamente complexo e extenso, o que o torna de muito difícil entendimento para a população leiga.

Nosso organismo possui um complexo sistema de defesa contra invasões de agentes externos, sejam estes bactérias, vírus, fungos, parasitas, proteínas ou qualquer outro ser ou substância que não seja natural do corpo. Este sistema de defesa é chamado de sistema imunológico.

O processo evolutivo criou um mecanismo de defesa que é capaz de reconhecer praticamente qualquer tipo de invasão ou agressão ao nosso corpo. A complexidade do sistema está exatamente em conseguir distinguir entre:

  1. o que é danoso ao organismo, como vírus e bactérias;
  2. o que faz parte do nosso próprio corpo, como células, tecidos e órgãos;
  3. que não é naturalmente nosso, mas não causa danos, como, por exemplo, alimentos que entram no corpo pela boca.

Toda vez que o sistema imunológico se depara com alguma substância estranha, que ele interprete como potencialmente danosa, ele passa a produzir células de defesa e anticorpos para combatê-la. Toda substância estranha capaz de desencadear uma resposta imunológica é chamada de antígeno.

Durante a nossa formação enquanto feto, nosso organismo começa a criar o sistema imunológico. O primeiro trabalho é reconhecer tudo o que é próprio, para mais tarde poder reconhecer o que é estranho. O útero materno é um ambiente estéril, ou seja, livre de agentes infecciosos.

Assim que nascemos somos imediatamente expostos a um “mundo hostil” com uma enormidade de antígenos. Desde o parto, o corpo começa a reconhecer, catalogar e atacar tudo que não é “original de fábrica”. Esse contato com antígenos nos primeiros anos de vida é importante para a formação de uma “biblioteca de anticorpos”.

O corpo consegue montar uma resposta imune muito mais rápida se já houver dados sobre o invasor. Se o antígeno for completamente novo, é necessário algum tempo até que o organismo descubra quais os anticorpos são mais indicados para combater aquele tipo de partícula.

Essa é a lógica por trás das vacinas. Expomos o paciente a um antígeno, seja ele um vírus ou bactéria, mortos ou fracos, de forma a estimular o sistema imunológico a criar anticorpos contra esses germes. Quando a bactéria de verdade nos invadir, já temos pronto um arsenal imunológico para eliminá-la rapidamente, antes que a mesma consiga provocar qualquer doença.

Causas

As reações autoimunes podem ser desencadeadas de várias formas:

  • Uma substância normal do organismo pode sofrer uma alteração provocada por um vírus, um fármaco, a luz solar ou a radiação, por exemplo. A substância alterada pode parecer estranha ao sistema imunológico. Por exemplo, um vírus pode infetar células do organismo e, por conseguinte, alterá-las. As células infectadas pelo vírus estimulam o sistema imunológico a atacar.
  • Uma substância estranha semelhante a uma substância natural do organismo pode penetrar no corpo. O sistema imunológico pode atacar acidentalmente a substância semelhante do organismo ao mesmo tempo que persegue a substância estranha. Por exemplo, as bactérias que causam infecções na garganta têm um antígeno semelhante a um antígeno encontrado em células cardíacas humanas. O sistema imunológico raramente ataca o coração da pessoa após uma infecção na garganta (esta reação faz parte da febre reumática).
  • As células que controlam a produção de anticorpos, por exemplo, as células B (um tipo de glóbulo branco), podem funcionar de forma incorreta e produzir anticorpos anômalos que atacam algumas das células do corpo.
  • Uma substância do organismo que normalmente se encontra limitada a uma área específica (estando, por conseguinte, oculta do sistema imunológico) é liberada na corrente sanguínea. Por exemplo, um soco no olho pode levar o líquido do globo ocular a passar para o fluxo sanguíneo. Esse líquido estimula o sistema imunológico a identificar o olho como estranho e a atacá-lo.

Não se sabe porque algo desencadeia uma reação ou doença autoimune em uma pessoa e não em outra. Entretanto, às vezes há causas hereditárias. Algumas pessoas têm genes que as tornam um pouco mais suscetíveis a desenvolver uma doença autoimune. Esta suscetibilidade ligeiramente aumentada para desenvolver uma doença autoimune é herdada, e não a própria doença. Nas pessoas propensas a apresentar uma doença autoimune, um fator desencadeante, como uma infecção viral ou uma lesão tecidual, pode dar origem a doenças.

Muitas doenças autoimunes são mais frequentes em mulheres.

Sintomas

Os sintomas variam segundo a doença e a parte do corpo afetada. Algumas doenças autoimunes afetam determinados tipos de tecidos em todo o corpo como, por exemplo, os vasos sanguíneos, a cartilagem ou a pele. Existem outras doenças autoimunes que afetam um determinado órgão. Praticamente qualquer órgão, incluindo os rins, os pulmões, o coração e o cérebro, pode ser afetado. A inflamação decorrente e a lesão nos tecidos podem causar dor, deformações nas articulações, fraqueza, icterícia, prurido, dificuldade respiratória, acúmulo de líquido (edema), delírio e até a morte.

Diagnóstico

  • Exames de sangue
  • Avaliação de um médico

Análises sanguíneas que indicam a presença de inflamação podem sugerir uma doença autoimune. Tais testes incluem:

  • A velocidade de hemossedimentação (VHS): Este teste mede a velocidade com que os glóbulos vermelhos (eritrócitos) se sedimentam no fundo do tubo com sangue. Na presença de inflamação, a VHS encontra-se frequentemente aumentada, porque as proteínas produzidas em resposta à inflamação interferem na capacidade dos glóbulos vermelhos em permanecer em suspensão no sangue.
  • Hemograma completo (CBC) Este teste inclui determinar o número de glóbulos vermelhos no sangue. Frequentemente este número está diminuído (anemia) porque há uma menor produção de glóbulos vermelhos na presença de inflamação.

Visto que há muitas causas para uma inflamação (muitas das quais não são autoimunes), o médico geralmente realiza análises sanguíneas para detectar anticorpos diferentes que podem ocorrer em pessoas com doenças autoimunes específicas. Exemplos desses anticorpos são

  • Anticorpos antinucleares, que estão tipicamente presentes no lúpus eritematoso sistêmico
  • O fator reumatoide ou anticorpos contra o peptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP), que estão tipicamente presentes na artrite reumatoide

Porém, mesmo estes anticorpos às vezes ocorrem em pessoas que não apresentam uma doença autoimune, portanto o médico geralmente usa uma combinação dos resultados das análises e os sintomas da pessoa para determinar a presença de uma doença autoimune.

Algumas doenças

  • A
    Adipose dolorosa
    Artrite reumatoide
    Alopecia areata
    Angioedema
    Artrite reativa
    Artrite juvenil
    Anemia perniciosa
    Anemia aplástica
    Angioedema autoimune
    Anemia hemolítica autoimune
    Arterite celular gigante
    Artrite psoriática
    Aplasia pura de células vermelhas
  • C
    Crioglobulinemia mista essencial
    Conjuntivite Lignea
    Colangite esclerosante primária
    Cirrose biliar primária
    Colite microscópica
    Coreia de Sydenham
  • D
    Doença de Addison
    Dermatite herpetiforme
    Dermatose por IgA linear
    Dermatomiosite
    Diabetes mellitus tipo 1
    Doença autoimune do ouvido interno
    Doença celíaca
    Doença de Crohn
    Doença de Graves
    Doença de Goodpasture.
    Doença de Still
    Doença mista do tecido conjuntivo
    Dermatite autoimune à progesterona
    Degeneração cerebelar paraneoplásica
    Doença de Lyme crônica
    Doença Mucha-Habermann
    Doença de Behçet
    Doença mista do tecido conjuntivo
    Doença de Ménière
    Doença de Kawasaki
    Doenças desmielinizantes inflamatórias idiopáticas
    Doença sistêmica relacionada com IgG4
  • E
    Entesite
    Esclerodermia sistêmica
    Esclerose múltipla
    Esofagite eosinofílica
    Epidermólise bolhosa
    Eritema nodoso
    Encefalomielite disseminada aguda
    Esclerose concêntrica de Balo
    Encefalite de Bickerstaff
    Espondilite anquilosante
    Enteropatia auto-imune
  • F
    Fasciite eosinofílica
    Fenômeno de Raynaud
    Fibrose retroperitoneal
    Febre reumática.
  • G
    Granulomatose de Wegener (granulomatose com poliageíte)
  • H
    Hepatite auto-imune
  • I
    Imunodeficiência primária
  • L
    Lichen planus
    Liquen escleroso
    Lúpus eritematoso sistêmico
  • M
    Morphea
    Miosite do corpo de inclusão
    Miastenia gravis
    Mielite transversa
  • N
    Neuromelite optica
    Nefropatia membranosa.
    Nefropatia por IgA (Doença de Berger).
    Neuromiotonia
    Neuropatia axonal motora aguda
    Neuropatia inflamatória progressiva
    Neurite óptica
    Neutropenia autoimune
  • O
    Ooforite autoimune
    Orquite autoimune
    Oftalmia simpática
    Oftalmopatia de Graves
  • P
    PANDAS
    Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica
    Penfigóide cicatricial
    Penfigóide bolhoso
    Penfigóde gestacional
    Purpura trombocitopênica idiopática
    Pênfigo vulgar
    Pancreatite autoimune
    Pitiríase lichenoides et varioliformis acuta
    Poliarterite nodosa
    Polimialgia reumática
    Polimiosite
    Psoríase
    Poliquondrite recidivante
    Pioderma gangrenoso
    Purpura de Henoch-Schonlein
    Poliangeíte microscópica
  • R
    Reumatismo palindrômico
    Retinopatia autoimune
    Retocolite ulcerativa
  • S
    Sarcoidose
    Síndrome de Felty
    Síndrome de Schnitzler
    Síndrome da fadiga crônica
    Síndrome de Sjögren
    Síndrome da pessoa rígida
    Síndrome de Susac
    Síndrome do mioclonia de Opsoclonus
    Síndrome de Parry Romberg
    Síndrome de Parsonage-Turner
    Síndrome de Churg-Strauss
    Síndrome de Tolosa-Hunt
    Síndrome de Evans
    Síndrome de Cogan
    Síndrome de dor regional complexa
    Síndrome das pernas inquietas
    Síndrome do anticorpo antifosfolipídico
    Síndrome de polimorfeno autoimune
    Síndrome linfoproliferativa autoimune
    Síndrome POEMS
    Síndrome de Guillain-Barré
    Síndrome miastênica Lambert-Eaton
  • T
    Trombocitopenia
    Tireoidite de Ord
    Tireoidite autoimune
    Tireoidite de Hashimoto
  • U
    Urticária autoimune
    Uveíte autoimune
    Úlcera de Mooren
  • V
    Vasculites
    Vitiligo

Tratamento

  • Fármacos que suprimem o sistema imunológico, incluindo corticosteroides
  • No caso de algumas doenças autoimunes, plasmaferese e imunoglobulina intravenosa

O tratamento da maioria das doenças autoimunes consiste na inibição do sistema imunológico através de drogas imunossupressoras, como corticoides (leia: INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICOIDES), ciclofosfamida, ciclosporina, micofenolato mofetil, rituximab, azatioprina, etc.

O problema do tratamento das doenças autoimunes com drogas imunossupressoras é o fato de não conseguimos realizar uma imunossupressão seletiva aos anticorpos indesejáveis. Ou seja, não conseguimos inibir o funcionamento apenas dos anticorpos danosos e acabamos por criar um estado de imunossupressão geral que predispõe esses pacientes a infecções por bactérias, vírus e fungos.

Geralmente cada doença autoimune tem seu esquema próprio de tratamento. Algumas delas, inclusive, como diabetes tipo 1 e tireoidite de Hashimoto, não são nem tratadas com drogas imunossupressoras. Não existe um tratamento único que sirva para qualquer doença autoimune.

Prognóstico

Algumas doenças autoimunes desaparecem inexplicavelmente da mesma forma como aparecem. Entretanto, a maioria das doenças autoimunes é crônica. É frequentemente necessário tomar fármacos durante toda a vida para controlar os sintomas. O prognóstico varia dependendo da doença.

Fontes:

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/rea%C3%A7%C3%B5es-al%C3%A9rgicas-e-outras-doen%C3%A7as-relacionadas-%C3%A0-hipersensibilidade/doen%C3%A7as-autoimunes

https://www.mdsaude.com/2008/10/doena-auto-imune.html

 

 

Síndrome de Sjögren: doença rara, de difícil diagnóstico

A Síndrome de Sjögren é uma doença rara, de difícil dignóstico. Sintomas se confundem com lúpus, artrite reumatóide, síndrome da fadiga crônica, fibromialgia, esclerose múltipla e doença de Alzheimer.

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A Síndrome de Sjögren (SS) ainda é pouco conhecida no Brasil. Demora em média seis anos para ser diagnosticada, porque apresenta sintomas que podem ser facilmente confundidos com outras moléstias, a começar pelo ressecamento constante, total ou parcial dos olhos e da boca.

Por isso, pode estar sendo confundida com outros problemas e não sendo corretamente tratada: a Síndrome de Sjögren (pronuncia-se xêgren). Nos Estados Unidos a estimativa é de que 4 milhões de pessoas, a maioria mulheres (90% das pessoas com Sjögren são mulheres) tenham essa doença.

No Brasil, não se sabe o número exato de portadores da Síndrome porque o diagnóstico é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer com o lúpus, a artrite reumatóide, a síndrome da fadiga crônica, a fibromialgia, a esclerose múltipla e a doença de Alzheimer. Com essa variedade de sintomas, o paciente acaba fazendo uma via crucis por diversos especialistas, em dentista, oftalmologista e ao reumatologista, até chegar à doença.

Apesar da maioria das mulheres diagnosticadas estarem na menopausa ou ainda com mais idade, a Sjögren pode atingir crianças e adolescentes e até causar complicações em mulheres grávidas, se não for corretamente tratada. É uma doença inflamatória autoimune, que acomete glândulas exócrinas, principalmente salivares e lacrimais, levando a disfunção glandular e sintomas como secura oral e ocular. Outras glândulas como as da pele, vias aéreas e trato genitourinário, podem estar acometidas.

O diagnóstico baseia-se fundamentalmente nos dados clínicos, conjugados com resultados de exames laboratoriais (análises), imagiológicos (radiografias, ecografias e outros) e histológicos (biópsias). A avaliação pelo Reumatologista, Oftalmologista e Estomatologista/Dentista é essencial e deve ser realizada sempre que possível numa fase inicial, com a observação dos, exames de auto-anticorpos, biópsia glandular e alguns testes que avaliam disfunção das principais glândulas acometidas. Além das manifestações glandulares, cerca de 50% dos casos apresentam envolvimento de outros órgãos e sistemas como cérebro, pulmões, rins e sistema musculoesquelético, caracterizando a doença como uma moléstia sistêmica. Pacientes com sintomas mais graves, acometendo órgão-alvo estão associados a maior morbidade e mortalidade, podendo existir associação com linfoma.

O principal critério adotado pelos pesquisadores para diagnosticar a SS é perceber se as glândulas endócrinas e exócrinas estão alteradas. “Por se tratar de uma doença auto-imune, também é preciso fazer um exame de imunologia que detecta se o paciente possui anticorpos característicos da síndrome ou não.

Como duas pessoas com Sjögren nunca tem exatamente o mesmo histórico médico, ou seja, os sintomas são variados de um paciente para outro. Além do ressecamento na boca e nos olhos, o doente pode apresentar secura na pele, no nariz, na vagina (no caso das mulheres), fadiga e dores nas articulações. O Pacientes com SS também podem sofrer com insônia, normalmente devido à boca e ao nariz secos, que prejudicam a respiração.

DIAGNÓSTICO-DE-ALERGIA-ALIMENTAR

O DIAGNÓSTICO DE XEROSTOMIA

A boca seca ou xerostomia é um dos sintomas fundamentais do Síndroma de Sjögren. 
Através da História Clínica, caracteriza-se a duração, frequência e gravidade da secura oral, avalia-se a presença de secura em outros órgãos (olhos, pele, vagina, vias respiratórias) e recolhe-se o historial médico completo, incluindo o uso de medicamentos. 
Através do Exame Físico, as glândulas salivares são examinadas quanto à presença de dor, induração ou aumento de tamanho. É avaliada a presença ou ausência de saliva na boca, a presença de inflamações da mucosa oral, labial ou da língua, e a presença e extensão de cáries dentárias. 

O Estudo Funcional das glândulas salivares pode ser feito através da Sialometria, que mede, através de vários métodos, a quantidade de saliva produzida num determinado período de tempo, ou pela Cintigrafia, que avalia a capacidade das glândulas salivares de elaborarem e eliminarem a saliva. 

A Avaliação Estrutural das glândulas salivares pode ser realizada a grande escala (macroscópico), através da sialografia (exame radiográfico com injecção de contraste dentro dos canais das glândulas, já em desuso), ecografia, TAC ou ressonância magnética, ou em pequena escala (microscópico), através da biopsia e exame histológico de glândula salivar minor do lábio, que revela um processo inflamatório com aspecto característico.

O DIAGNÓSITCO DE XEROFTALMIA

O olho seco ou xeroftalmia é outro dos sintomas fundamentais do Síndroma de Sjögren. 

Pela História Clínica procura-se caracterizar a presença, duração e intensidade das queixas de secura ocular, bem como a presença de secura em outros órgãos. No caso do olho seco, é particularmente importante a história farmacológica (além dos medicamentos anteriormente referidos, os fármacos de aplicação ocular para tratamento do glaucoma são importantes causadores de secura) e ocupacional (a exposição a ambientes secos ou ventosos e o trabalho prolongado ao computador acentuam a perda de lágrima). 

O Exame Físico pode fornecer alguma informação quanto à presença de olho seco, nomeadamente a redução da quantidade de lágrima que se acumula na margem da pálpebra inferior ou o aspecto pouco brilhante e irregular da superfície do olho. 
O Estudo Funcional das glândulas lacrimais pode ser realizado na consulta de Reumatologia com o teste de Schirmer (avalia a produção de lágrima através de uma tira de papel absorvente que é colocada na margem palpebral), ou em Oftalmologia por métodos mais sensíveis, como o “Break-Up Time” ou coloração por Rosa de Bengala ou Verde de Lissamina, que revelam dano na superfície da córnea (queratite seca). 

A Avaliação Estrutural das glândulas lacrimais raramente se realiza, mas no caso de se realizar biopsia, os aspectos microscópicos são semelhantes aos encontrados nas glândulas salivares. 

O DIAGNÓSTICO DE MANIFESTAÇÕES SISTEMICAS

A identificação de manifestações sistémicas do Síndroma de Sjögren depende do seguimento periódico dos doentes na consulta de Reumatologia ou de Medicina Geral e Familiar, uma vez que são relativamente pouco frequentes e de aparecimento imprevisível. Através do interrogatório sistemático nas consultas e do exame físico dirigido às queixas referidas, é possível suspeitar ou confirmar o envolvimento de órgãos extra-glandulares. Nesses casos são então pedidos exames complementares para confirmar a sua presença e avaliar a gravidade, sendo o tratamento específico iniciado pelo Reumatologista ou por outro especialista a quem o doente seja enviado (Pneumologia, Neurologia, Nefrologia, etc.). 

O PAPEL DO LABORATÓRIO 

Por certo os doentes com Síndroma de Sjögren reparam que o Reumatologista valoriza muito as análises, e que por vezes pede exames menos comuns. Isto deve-se ao facto de que no Síndroma de Sjögren as análises clínicas têm um papel fundamental no diagnóstico e na vigilância da actividade da doença ou do aparecimento de complicações. 

Como doença inflamatória que é, o aparecimento de anemia ligeira é frequente (chamada “anemia de doença crónica”) e ocorre elevação dos marcadores de inflamação (velocidade de sedimentação e proteína C reactiva). No Síndroma de Sjögren é frequente a diminuição do número de leucócitos (glóbulos brancos), sobretudo do subgrupo dos linfócitos (mais frequentemente), dos neutrófilos (mais específico do Síndroma de Sjögren) ou de ambos. A diminuição das plaquetas é menos frequente, e raramente atinge valores preocupantes. 
A sua origem auto-imune traduz-se na produção de vários auto-anticorpos (anticorpos que atacam estruturas do próprio organismo), dos quais os anti-SSA e anti-SSB são fundamentais para o diagnóstico, apesar de os ANA e os Factores Reumatóides serem mais comuns. Existe um aumento da actividade dos linfócitos e plasmócitos (células que produzem anticorpos), com aumento da concentração de imunoglobulinas (anticorpos), produção de crioglobulinas (anticorpos que causam inflamação vascular) e redução dos factores do complemento (que significa que existe actividade do sistema imunitário). Com o passar dos anos, é possível que a produção de imunoglobulinas aumente e que um grupo particular de linfócitos idênticos (chamado de clone) se autonomize, originando a chamada gamapatia monoclonal, que é um factor de risco para o desenvolvimento de doença linfoproliferativa. 

A CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO 

O Síndrome de Sjögren é uma doença relativamente difícil de diagnosticar, uma vez que as manifestações mais frequentes – secura oral e ocular, entre outras – não são específicas e podem ocorrer em pessoas com outras doenças reumáticas ou sob determinadas terapêuticas, e podem evoluir lentamente, não alertando o doente ou o médico para a possibilidade de existir uma doença responsável pelas queixas. 
Para confirmar o diagnóstico de Síndrome de Sjögren, o Reumatologista fundamenta-se em vários aspectos da história, exame clínico e exames complementares. 
A presença de secura oral, ocular ou de outras mucosas, acompanhadas ou não de outras manifestações comuns em doenças reumáticas sistémicas, como o fenómeno de Raynaud, as aftas orais, a fotossensibilidade ou outras alterações da pele, devem fazer suspeitar de Síndrome de Sjögren. A ocorrência de manifestações extra-glandulares, como artrite, neuropatia, envolvimento pulmonar ou vasculite, numa pessoa com queixas de secura, torna provável o diagnóstico de Síndroma de Sjögren. 

Um grupo internacional de peritos elaborou um conjunto de critérios de classificação para o Síndrome de Sjögren, que pode ajudar os médicos a chegar ao diagnóstico. Estes critérios requerem a presença de queixas de secura oral ou ocular, que deve ser confirmada através de estudos funcionais (ver acima), e obrigam à demonstração de uma base imunológica das queixas secas, mediante a presença de anticorpos anti-SSA e/ou anti-SSB e/ou biopsia de glândula salivar com presença de inflamação característica do Síndrome de Sjögren.

Como não existe cura, a intervenção precoce é considerada a melhor forma de amenizar o curso da SS. Para diminuir a sensação de secura e melhorar a qualidade de vida do paciente, já existem no mercado lágrimas e saliva artificiais. Esses medicamentos devem ser utilizados somente com prescrição médica e em casos específicos da síndrome.

De acordo com a Associação dos Portadores de Síndrome de Sjögren, a doença pode ser primária se acontecer de maneira isolada, ou secundária quando está relacionada com outras enfermidades, como artrite reumatóide, esclerodermia ou lupus. É preciso estar atento aos sintomas. Normalmente, os dentistas e oftalmologistas são os primeiros a suspeitar da doença, por causa das reações que ela apresenta no paciente.

Fontes: 

https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/o-dificil-diagnostico-da-sindrome-de-sjogren-a1nhk4koygetfnjphfn5reuz2 
http://www.ipr.pt/index.aspx?p=MenuPage&MenuId=196
http://reumatologiapr.com.br/sjogren-spr-alerta-para-doenca-rara-de-dificil-diagnostico/
http://www.spreumatologia.pt/doencas/sindrome-de-sjoegren/como-se-faz-o-diagnostico-/229

 

COMO SE MANIFESTA A SÍNDROME DE SJÖGREN?

Distúrbio do sistema imunológico caracterizado por olhos secos e boca seca.

olho seco                            Fonte: Google images

  • Quantidade Comum de Casos por ano: mais de 150 mil (Brasil)
  • O tratamento pode ajudar, mas essa doença não tem cura.
  • Requer um diagnóstico médico.
  • Frequentemente requer exames laboratoriais ou de imagem.
Crônico: pode durar anos ou a vida inteira
Nesta doença, o sistema imunológico do corpo ataca suas próprias células saudáveis que produzem saliva e lágrimas. Geralmente, a síndrome de Sjögren ocorre junto com outras doenças, como a artrite reumatoide e o lúpus.
Os principais sintomas são boca seca e olhos secos.
Os tratamentos incluem colírios, medicamentos e cirurgia ocular.
Idades afetadas
0-2
Muito raro
3-5
Muito raro
6-13
Muito raro
14-18
Raro
19-40
Comum
41-60
Muito comum
60+
Muito comum
Consulte um médico para receber orientação
Fontes: Hospital Israelita A. Einstein e outros.

 

SINTOMATOLOGIA

1) Secura dos Olhos 
A secura dos olhos, denominada “xeroftalmia”, é frequente na população, podendo ser causada por redução da produção de lágrima e por perda de lágrima por evaporação excessiva. Ambas levam a desconforto ocular, que pode ser descrito como secura, ardor, sensação de areia ou prurido. Vista cansada, sensibilidade à luz ou visão turva são também características do olho seco.

As lágrimas normais, em pessoas saudáveis, são constituídas por uma mistura complexa de proteínas e outros componentes que são essenciais para a saúde e conforto oculares. As lágrimas são importantes porque fornecem nutrientes e suportam as células da córnea (a estrutura transparente na parte anterior do olho), lubrificam a superfície ocular, e protegem das infecções a superfície exposta do olho. A visão nítida também depende da distribuição regular das lágrimas sobre a superfície do olho.

Nos doentes com Síndroma de Sjögren, a inflamação das glândulas lacrimais reduz a produção de lágrimas e altera a sua constituição, originando secura dos olhos. Em pessoas com olho seco, surgem áreas de reduzida espessura do filme lacrimal, e assim as lágrimas já não protegem nem suportam a saúde das células da superfície ocular.

2) Secura da Boca
A secura da boca, denominada “xerostomia”, é um sintoma frequente na população geral, habitualmente causado pela diminuição da quantidade ou qualidade da saliva. Quase todos os doentes com Síndroma de Sjögren têm algum grau de xerostomia. Além do Síndroma de Sjögren, a xerostomia pode ser causada por outras doenças crónicas, como a diabetes, a sarcoidose,a hepatite C e a depressão, bem como por medicamentos (anti-depressivos, anti-alérgicos, diuréticos) ou outros tratamentos médicos (irradiação da cabeça e pescoço, transplante de medula óssea).
Para se compreender as consequências da escassez de saliva, é necessário conhecer as suas propriedades e funções. A saliva é um fluido corporal essencial para a protecção da cavidade oral e do seu funcionamento. A saliva é produzida por 3 pares de glândulas principais ou “major” – parótidas, submaxilares e sublinguais – e centenas de pequenas glândulas “minor”, milimétricas, distribuídas por toda a boca. A saliva é principalmente constituída por água, mas contém mais de 60 substâncias, tendo como principais funções:

Proteger, lubrificar e limpar a mucosa oral

Auxiliar a mastigação, deglutição e a fala

Proteger os dentes da erosão

Proteger a boca, dentes e garganta das infecções por bactérias, fungos ou vírus Suportar e facilitar o sentido do paladar

Se a redução da saliva se mantiver por muito tempo, irão surgir problemas como dificuldade na mastigação e deglutição, rápida degradação dos dentes e infecções da boca (sobretudo por fungos).
Deste modo, é fundamental identificar os primeiros sinais ou sintomas de secura oral. O dentista tem um papel fundamental na detecção precoce da xerostomia, avaliando o volume de saliva acumulado debaixo ou à volta da língua (se for pequeno ou ausente, indica que a pessoa está com défice de saliva) ou a presença de cáries na base dos dentes junto às gengivas ou na superfície de mastigação dos dentes.
Os sintomas de boca seca podem incluir dificuldade em mastigar ou engolir a comida sem a ajuda de líquidos (sobretudo alimentos secos), alterações do paladar, dor ou sensação de ardor na boca e dificuldade em falar.

3) Secura de Outros Órgãos 
Além dos olhos e da boca, é frequente surgirem queixas de secura em outros órgãos, sobretudo a pele, vagina ou vias respiratórias (nariz, garganta).

4) Manifestações Constitucionais 
Consistem em manifestações gerais, comuns em situações de inflamação ou doença crónica, não sendo específicas do Síndroma de Sjögren.
A febre pode surgir, podendo traduzir actividade do Síndroma de Sjögren, situação em que muitas vezes coexiste anemia, emagrecimento ou quebra do estado geral. No entanto, é pouco frequente, devendo ser sempre investigada a possibilidade de existir uma infecção activa.
A fadiga é frequente, sendo por vezes incapacitante. Em alguns casos pode ser associada à presença de outras manifestações de actividade da doença, mas a maior parte das vezes surge sem explicação aparente, acompanhando-se muitas vezes de dor generalizada ou depressão. Em muitas destas pessoas coexiste um síndroma de Fibromialgia.

5) Manifestações Sistémicas 
São manifestações causadas pela extensão do processo inflamatório a estruturas não-glandulares, pela acção de linfócitos (um tipo de glóbulos brancos) e moléculas associadas ao sistema imunitário (anticorpos, citocinas e factores do complemento). Globalmente, são pouco frequentes, estimando-se que surjam em cerca de 25% dos doentes. Não se consegue prever se uma determinada pessoa irá ser afectada por este tipo de manifestações, nem em que altura, embora se saiba que o risco é maior em pessoas que demonstrem sinais de doença mais “activa” – aumento das glândulas salivares, marcadores de inflamação elevados, altos níveis de imunoglobulinas, ocorrência prévia de envolvimento extra-glandular ou anticorpos típicos da doença.
Pode ocorrer inflamação articular, denominada artrite, que se caracteriza pela presença de dor predominante em repouso, com rigidez articular matinal e após períodos de imobilização, e tumefacção (“inchaço”) das articulações. A artrite no Síndroma de Sjögren é habitualmente menos extensa e agressiva do que a Artrite Reumatóide, e não é destrutiva para as articulações, embora possa ser persistente e em casos raros levar a algum grau de deformação articular. No entanto, a maioria dos doentes com Síndroma de Sjögren e dor articular não têm artrite, apenas “artralgias” (que significa dor nas articulações), que podem estar relacionadas com a doença ou com outro problema coexistente, como a Osteoartrose.
A inflamação dos músculos (miosite) é rara, e manifesta-se por diminuição progressiva da força muscular, que deve ser distinguida da fadiga (na qual não há evidência de inflamação muscular).
O envolvimento do aparelho respiratório pode ocorrer sob a forma de tosse seca (por secura da traqueia e grandes brônquios), síndroma obstrutivo semelhante à asma e à bronquite crónica (por inflamação dos pequenos brônquios) ou inflamação do tecido pulmonar alveolar (onde ocorrem as trocas gasosas) e intersticial (onde se localizam as pequenas veias e artérias pulmonares) com dificuldade respiratória e intolerância aos esforços.
O sistema nervoso também pode ser afectado. Os nervos (que constituem o Sistema Nervoso Periférico) afectados perdem a sua capacidade de transmitir as sensações ou ordenar o movimento, originando diminuição ou alteração da sensibilidade (formigueiro, dor em queimadura ou sensação de choques), paralisias locais (pé pendente, paralisia facial) ou alterações do equilíbrio e da coordenação motora. Quanto ao cérebro e à medula (Sistema Nervoso Central), nos raros casos em que são atingidos, surgem enfartes cerebrais, inflamações difusas do cérebro ou de toda a espessura da medula.
O envolvimento renal é pouco frequente, sendo típica a nefrite intersticial (inflamação da zona onde se realiza o equilíbrio da concentração e conteúdo da urina), que resulta em alterações na constituição do sangue. Pode também ocorrer glomerulonefrite (inflamação das estruturas onde o rim “filtra” o sangue), levando a perda de proteínas, edemas das extremidades e aumento da pressão arterial.
Pode ocorrer vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos) que habitualmente atinge as arteríolas (pequenas artérias) e capilares, manifestando-se principalmente por lesões da pele, dos nervos periféricos ou do rim.
Em casos raros (entre 1 e 5%) pode desenvolver-se doença linfoproliferativa, após décadas (em média 30 anos) de evolução da doença.

Fonte: http://www.ipr.pt/index.aspx?p=MenuPage&MenuId=195

Síndrome de Sjögren

Doença auto-imune que se caracteriza pela secura ocular e da boca.

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Fico imaginando o quanto eu daria para não ter descoberto essa doença.
Meu sonho seria se o reumatologista que me acompanha chegasse à consulta com a bela notícia de que tudo não passou apenas de um surto psicossomático, mas que agora já passou e vida que segue.
Estou livre! Sem medicamentos, sem dores e sem oscilações de humor.
Chega de sintomas mutantes, que podem acontecer a qualquer momento, qualquer dia. Que você pode ir dormir muito bem e acordar no dia seguinte com uma fadiga incontrolável. Poderei cumprir normalmente minhas obrigações, trabalhar … viver!
Assim, tem sido minha vida antes e depois do diagnóstico, o bom que depois da fase rato de laboratório, onde tiram um monte de tubos de sangue, e alguns médicos já olham pra você como se tivesse uma depressão ou algum outro problema psiquiátrico, agora eu sei o que é. Porém, as vezes dá no mesmo, nem todos os médicos sabem lidar e você continua com o sentimento de rato de laboratório, pois o tratamento é feito de tentativa e erro, tudo depende de como seu corpo reage. Médicos de emergência nem sabem o que é e tratam como coisa banal, onde um sintominha as vezes vira uma avalanche.
Não é fácil, sei que terei pela frente um longo caminho de adaptação para conviver com este fato novo em minha vida.

Vida que segue…

Tatyana Luz

 

O que é a Síndrome de Sjögren?

A Síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto-imune que se caracteriza principalmente pela manifestação de secura ocular e na boca associadas à presença de auto-anticorpos ou sinais de inflamação glandular. Algumas células brancas (chamadas de linfócitos) invadem vários órgãos e glândulas, principalmente as glândulas lacrimais e salivares, produzindo um processo inflamatório que acaba por prejudicá-los, impedindo suas funções normais.

Existem outras causas de secura na boca e nos olhos?

Se uma pessoa apresenta olho seco ou boca seca, ela deverá ser avaliada para as possíveis causas desses sintomas. Medicamentos (inclusive os usados para o tratamento da pressão alta, depressão, resfriados e alergias), infecções e outros problemas oculares também podem causar esses mesmos sintomas. Será necessária a avaliação de um médico Oftalmologista para determinar se realmente há falta de lágrima e sinais de inflamação na córnea em decorrência desta secura. Se essas alterações se confirmarem, o paciente deve ser encaminhado a um Reumatologista para avaliação do diagnóstico da Síndrome de Sjogren (SS).

Quais são as outras manifestações clínicas da Síndrome de Sjögren?

Os pacientes com “SS” também podem apresentar secura na pele, nariz e vagina. Podem apresentar fadiga, artralgias e artrites. Além disso, outros órgãos do corpo, como os rins, pulmões, vasos, fígado, pâncreas e cérebro também podem ser afetados. Esta doença é mais comum em mulheres de meia idade, mas também pode ocorrer em homens e em qualquer idade.

Como é feito o diagnóstico da Síndrome de Sjögren?

Para a confirmação do diagnóstico, além de todos os sintomas já mencionados o paciente deverá apresentar alterações laboratoriais (exames de sangue), radiológicos e/ou anátomo-patológicos (biópsia das glândulas salivares menores feita no lábio) e/ou de medicina nuclear (cintilografia das glândulas parótidas).

O que é a Síndrome de Sjögren Primária?

A Síndrome de Sjögren Primária ocorre quando a Síndrome de Sjögren (SS) ocorre de forma isolada, sem a presença de outra doença auto-imune.

O que é a Síndrome de Sjögren Secundária?

A Síndrome de Sjögren Secundária ocorre quando os sintomas da “SS” são acompanhados de uma outra doença auto-imune como a Artrite Reumatóide, o Lúpus Eritematoso Sistêmico ou Esclerodermia.

Como é o tratamento da Síndrome de Sjögren?

Ainda não existe uma cura definitiva para esta doença, mas o diagnóstico e intervenções precoces podem melhorar em muito o prognóstico. O tipo do tratamento vai depender dos sintomas (que podem ser bastante variados) e da sua gravidade. No caso do paciente somente apresentar secura nos olhos e boca, eventualmente, poderão ser utilizados como tratamento somente lágrimas artificiais e substitutos de saliva. Remédios anti-inflamatórios, corticóides e/ou imunossupressores poderão ser utilizados quando houver manifestação mais graves, objetivando melhora da inflamação e evitando seqüelas.
Fonte: https://www.reumatologia.org.br/doencas/principais-doencas/sindrome-de-sjogren/ 

The Journey Begins

Thanks for joining me!

Good company in a journey makes the way seem shorter. — Izaak Walton

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Meu nome é Tatyana, tenho 33 anos. Sou Bacharel em Administração de Empresas. Nascida e criada em Brasília, Brasil. Fui diagnosticada em Janeiro de 2018 portadora de uma doença auto-imune chamada Síndrome de Sjögren.

A partir daí inicia-se uma jornada, um tanto quanto de mudança de paradigma, hábitos, prioridades, enfim… tudo.

Fico imaginando o quanto eu daria para não ter descoberto essa doença.
Meu sonho seria se o reumatologista que me acompanha chegasse à consulta com a bela notícia de que tudo não passou apenas de um surto psicossomático, mas que agora já passou e vida que segue.
Estou livre! Sem medicamentos, sem dores e sem oscilações de humor.
Chega de sintomas mutantes, que podem acontecer a qualquer momento, qualquer dia. Que você pode ir dormir muito bem e acordar no dia seguinte com uma fadiga incontrolável. Poderei cumprir normalmente minhas obrigações, trabalhar … viver!
Assim, tem sido minha vida antes e depois do diagnóstico, o bom que depois da fase rato de laboratório, onde tiram um monte de tubos de sangue, e alguns médicos já olham pra você como se tivesse uma depressão ou algum outro problema psiquiátrico, agora eu sei o que é. Porém, as vezes dá no mesmo, nem todos os médicos sabem lidar e você continua com o sentimento de rato de laboratório, pois o tratamento é feito de tentativa e erro, tudo depende de como seu corpo reage. Médicos de emergência nem sabem o que é e tratam como coisa banal, onde um sintominha as vezes vira uma avalanche.

Não é fácil, sei que terei pela frente um longo caminho de adaptação para conviver com este fato novo em minha vida.

Vida que segue…

Tatyana Luz